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Você sabe o que é Integração Educacional? Entenda as diferenças entre Inclusão e Integração




No que se refere à Educação Especial e à Inclusão, um conceito essencial é, muitas vezes, deixado de lado: a Integração Educacional. Fala-se muito na necessidade e importância de inserir as pessoas com deficiência ou necessidades educacionais especiais no sistema regular de ensino, mas não basta incluir, é preciso integrar. Como fazer isso?

Pensando historicamente, até a década de 70 o modelo educacional voltado para as necessidades educacionais especiais e para as pessoas com deficiência era um modelo assistencial, centrado no déficit e no desenvolvimento de capacidades e habilidades compensatórias. Portanto, a Educação Especial era feita em classes especiais, com um currículo diferenciado, não havendo integração da pessoa com deficiência na “escola regular”.



Com o passar do tempo, passou-se a trabalhar com a concepção de Integração Educacional, na qual se compreende que todos têm direito à uma mesma educação. Entende-se que o próprio sistema educacional deve fazer as adaptações necessárias para o atendimento das diferentes demandas educativas. Ou seja, a Integração Educacional pressupõe uma mudança de paradigma na qual a aceitação da diversidade e seu acolhimento são essenciais.



No âmbito da aprendizagem, a diversidade se refere ao fato de que todos possuímos necessidades educacionais que nos são próprias. Portanto, a escola deve levar em conta as singularidades de cada aluno, estabelecendo no currículo escolar as aprendizagens que favoreçam a sua socialização e proporcionando a vivência das mesmas. É importante lembrar que as necessidades educacionais individuais têm a sua origem não apenas na história pessoal de cada aluno, mas também em aspectos culturais e sociais.

Essa mudança de paradigma mencionada acima está pautada na universalização do acesso à educação e promoção da equidade, que é um dos principais objetivos da educação de acordo com a UNICEF (1990). Isso significa que a Educação Inclusiva não se refere a um modelo de educação, mas que toda a educação deve ser inclusiva.



A educação inclusiva, mais que um tema marginal que trata como integrar certos estudantes ao ensino convencional, representa uma perspectiva que deve servir para analisar como transformar os sistemas educativos e outros ambientes de aprendizagem, com a intenção de responder à diversidade dos estudantes” (UNESCO, 2005).


Mas afinal, qual a diferença entre Inclusão e Integração?



De acordo com Porras (2009), a Integração busca a inserção das pessoas com necessidades educacionais especiais, criando mecanismos externos à educação regular recebida pelas demais crianças no contexto escolar. Ela propõe a adaptação curricular como medida de superação das diferenças dos alunos com necessidades específicas de apoio educacional. Ou seja, devem ser oferecidas as mesmas oportunidades, porém, adequando os meios e condições de acordo com a necessidade de cada um.

Já a Inclusão se apresenta como um direito de todos os indivíduos, apresentando ou não algum tipo de necessidade, propondo um currículo comumpara todos. Portanto, o currículo não deve ser entendido como a possibilidade de que cada aluno aprenda coisas diferentes, mas sim, de aprendê-las de uma maneira diferente. Ou seja, a Educação Inclusiva pressupõe a Integração.



No entanto, a atenção às diferenças coloca a escola diante do difícil desafio de alcançar o equilíbrio entre proporcionar um currículo comum para todos os estudantes, ao mesmo tempo, respeitando a singularidade pessoal, cultural e histórico-social de cada um. No que se refere, especificamente, às necessidades educacionais especiais, podemos dizer que elas impõem à escola a criação de recursos e medidas pedagógicas especiais ou de caráter extraordinário, distintas da que requerem habitualmente a maioria dos alunos, e tudo isso, em um contexto educacional o mais normalizado possível.

Podemos perceber que a compreensão da Inclusão se ampliou ao longo dos anos, e como ela está relacionada à construção de uma sociedade mais justa e democrática. Incluir é não discriminar. É acolher a cada um em suas singularidades, abraçando as diferenças.



Referências


PORRAS, R. V. Capítulo II. In. Personas com discapacidad y acceso a servicios educativos em Latinoamérica. Ediciones Cinca [e-book] Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/267452569_Personas_con_discapacidad_y_acceso_a_servicios_educativos_en_Latinoamerica

UNESCO. Orientações para a Inclusão: Garantindo o Acesso à Educação para Todos. UNESCO: 2005. Editado em França. Tradução de: Maria Adelaide Alves e Dinah Mendonça.

UNICEF. Declaração mundial sobre educação para todos. Plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. Jomtien, Tailândia: UNESCO, 1990. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/declaracao-mundial-sobre-educacao-para-todos-conferencia-de-jomtien-1990


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